segunda-feira, 28 de maio de 2012

Haters gonna hate



Sábado eu fui pra marcha, com o Beto e os meninos, e foi uma experiência linda.

Acho que foi a primeira manif deles - e o mais bacana é que arrisco a dizer que rolou engajamento. O Pedro me perguntou o que estava escrito no meu cartaz, e porque. E o João de repente pediu pra segurar a minha cartolina e marchou, literalmente - empunhando meus dizeres anti-machismo. Claro que eles não sabem o que é machismo, nem feminismo nem nada - mas eles entenderam que aquilo não era um carnaval qualquer. A gente estava caminhando por uma causa.

Achei incrível a alegria da marcha e a quantidade de gente engajada até o útero. Me senti representada pelos gritos e pelos cartazes - e principalmente me senti acompanhada. I'm not alone, eu me disse. E tenho muito o que aprender.

É que marchando a gente amplia o discurso. A gente abre os olhos pras outras, mais corajosas, mais articuladas que a gente. Ao mesmo tempo, é obrigada a encarar os reacionários fazendo o trabalho deles, que é reagir à inexorável evolução das mentalidades. 

Dos quase-progressistas que concordam com a causa mas discordam do nome - o velho "só merece respeito quem se dá ao respeito", como se isso não fosse algo modulável pelas culturas - aos haters assumidos, que nos alertam, tipo assim, para a volta de Jesus ou para o enorme risco de nenhum homem nunca mais nos querer.

O caminho parece ainda mais longo - mas sem sombra de dúvidas menos solitário.

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